Agronegócio

Começa a colheita do arroz

Evento reúne empresas, produtores, pesquisadores e estudantes na sede da Embrapa Terras Baixas, no Capão do Leão

Paulo Rossi -

Começou nesta quarta-feira (12) a 30ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz. O evento acontece pelo segundo ano consecutivo na unidade Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa, no Capão do Leão. Além das tradicionais visitas técnicas em áreas com plantações e experimentos, em paralelo ocorrem palestras, negócios e conhecimento sobre plantar e colher. Realizado pela Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e pela Embrapa, além do apoio do Irga e outras empresas ligadas ao agronegócio, o evento é aberto ao público e vai até sexta-feira.

Para esta edição, os organizadores esperam superar os números do ano passado, quando foram mais de sete mil visitantes. Em torno de 20 empresas realizam exposições de vitrines com tecnologias para as culturas do arroz, da soja, do milho e a pecuária, entre outros. Mais de 40 caravanas de produtores estão confirmadas para esta edição, que também conta com representantes de outros países como Uruguai, Argentina e Estados Unidos.

Para se atualizar

Na manhã desta quarta-feira, centenas de pessoas aproveitaram os roteiros técnicos e os estandes das empresas. Vindo de Rosário do Sul, na região da Campanha, o produtor Jeferson Parreira, de 35 anos, disse que busca, no evento, se atualizar sobre tecnologias para utilizar na sua plantação de cerca de 70 hectares. 

“Quem não se atualiza fica de fora. Vim para conhecer as novidades”, comentou o produtor, que espera superar a produtividade de dez toneladas por hectare nesta safra. Também foi assim em anos anteriores quando participou das aberturas das colheitas em Alegrete, em 2016, e Cachoeira do Sul, em 2017.

Conhecimento aliado à produtividade

Alguns lançamentos de novas cultivares são destacadas nesta edição. Por parte do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), foi apresentado praticamente um túnel do tempo entre as cultivares de décadas passadas até se chegar à BRS Irga 431 CL. O melhorista Oneides Avozani era quem apresentava o histórico do desenvolvimento orquestrado pelo instituto estadual. Na década de 1960, lembrou, eram os cultivares tradicionais, com a lâmina d’água alta e a colheita ainda manual.

Foi na década seguinte que surgiu, no Estado, a cultivar Bluebelle, de origem americana. “Foi com esta grande produtividade e o excelente grão que o nosso arroz ganhou o mercado do centro do país”, lembrou. Ele também destacou da parceria com a Embrapa que, em 1979, levou ao lançamento da BR Irga 409, ainda hoje presente em lavouras do Estado.

A partir do Projeto 10+, lembrou, foi possível aumentar a produtividade do RS. Se em 2002 era de 5,3 toneladas por hectare, em 2011 passou para mais de 7,5 toneladas por hectare. “Chegando a BRS IRGA 431 CL, com excelentes resultados: resistente a doenças e com grande produtividade”, reforçou o melhorista, que salientou o menor uso de agrotóxicos herbicidas, que diminui custos na produção.

Por parte da Embrapa, a novidade é o BRS A705, que ainda não teve o registro liberado pelo Ministério da Agricultura e deve ser lançado oficialmente em 2021. Quem vai na colheita, já pode conhecer a novidade antes. “É um cultivar com alta taxa de resistência. Ela é uma evolução da BRS Pampa”, definiu o fitopatologista Clei Nunes, pesquisador da empresa. Em testes experimentais da Embrapa, a produtividade demonstrou que pode superar a marca de dez toneladas por hectare. 

Dentro do Fórum Técnico, a Embrapa também lançou o aplicativo de PlanejArroz em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMet). O dispositivo estima os estágios de desenvolvimento de culturas e estima a produtividade de grãos.

Programação

Para esta quinta-feira, além das palestras e roteiros técnicos, haverá também a premiação Pá de Arroz, destinada àqueles que se destacam na produção orizícola. Acesse a programação completa no site colheitadoarroz.com.br.

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